Alice Sosnowski - 14/2/2011 - 20h20
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Elas já são maioria no empreendedorismo
brasileiro. Segundo dados do GEM (Global Entrepreneurship Monitor), as mulheres
dominam 53% dos negócios em estágio inicial. Seja para sustentar a casa,
complementar a renda ou porque vislumbrou uma oportunidade de negócio, a mulher
tem investido crescentemente na carreira de empreendedora. E, para isso,
encontra facilidades tecnológicas e um ambiente que não existia uma década
atrás.
De acordo com o professor da FGV, Tales
Andreassi, o empreendedorismo feminino surge a partir da necessidade da mulher
alavancar sua carreira tendo que conciliar trabalho com as obrigações
familiares. "O papel que a mulher exerce na criação dos filhos é preponderante
e ela vê no empreendedorismo uma forma de ter flexibilidade para crescer
profissionalmente sem comprometer a família", explica.
Os especialistas concordam que, além da
mudança cultural, a evolução tecnológica contribui para este novo papel da mulher
na sociedade. Com o advento da internet e da era pós-industrial, em que o
serviço agregado tem mais valor do que o produto em si, a mulher achou um campo
fértil de trabalho. "Na sociedade do conhecimento, dominada pela lógica
comercial, as mulheres levam vantagem, já que têm mais facilidade de
comunicação e relacionamento", explica Antônio Carlos de Matos,
consultor de empresas e diretor do Ibelg (Instituto Brasileiro de Excelência em
Liderança e Gestão).
Seja aproveitando a mobilidade
conquistada com as novas tecnologias, o baixo custo de abrir ou ampliar um
negócio na internet ou aproveitando a criação de mercados consumidores antes
inexistentes, as mulheres estão diversificando sua atuação profissional e
entrando com força na prestação de serviços e na criação de negócios que
atendem a nichos específicos.
Um exemplo ilustrativo é o das sócias
Taís Tadros e Guita Drummond, que empreenderam na web com o portal Beleza Club
(www.belezaclub.com.br).
Focado no mercado de cosméticos, o site se propõe a servir de confluência entre
consumidoras e produtos de beleza. Nele, as usuárias podem conhecer pessoas,
trocar experiências e saber das tendências. "Com o tempo percebemos que as
mulheres estão a procura de informações qualificadas sobre os produtos que
compram", explica Taís. E afirma: "Nosso maior desafio é explorar a
tecnologia para ajudar este novo perfil de consumidor num mercado que
ainda tem muito a crescer".
Rede Mulher Empreendedora
Com o mesmo conceito colaborativo e a
exemplo de iniciativas similares em outros países, surgiu no Brasil uma rede
social voltada exclusivamente para as mulheres empreendedoras. Lançada em
janeiro deste ano, a Rede Mulher Empreendedora (www.redemulherempreendedora.com.br)
foca no público feminino que deseja criar ou expandir seus negócios. "É um
ambiente virtual de troca de conhecimento para mulheres que querem ser donas de
seu próprio sucesso profissional", explica Ana Fontes, sócia da AG4 Global
Services e uma das idealizadoras do projeto.
Além da rede social, a plataforma Rede
Mulher Empreendedora inclui também um espaço físico na zona sul de São Paulo,
que é um misto de coworking e incubadora. Com estações de trabalho, auditório,
sala de reuniões e terraço de convivência, o escritório coletivo conta
ainda com uma rede de fornecedores e serviços. O objetivo é reunir negócios de
ramos diferentes para proporcionar apoio mútuo entre as mulheres.
Com menos de um mês de existência, a
rede social já conta com mais de cem cadastradas que publicaram seu perfil e
participam de fóruns de discussão, acessam dicas e notícias. "As redes são
oportunas para ampliar os contatos existentes e criar novas oportunidades de
negócios", afirma o consultor Matos. Para o público feminino que deseja
empreender é uma motivação a mais saber que existem ferramentas que facilitam a
troca de experiência entre pessoas que vivenciam as mesmas dificuldades e
dilemas. "As mulheres empreendedoras, mais do que os homens, precisam
compartilhar para crescer. Afinal, ser mãe, esposa e empresária não é uma
tarefa fácil", completa Ana Fontes.
Serviço:
fonte: jornal Diário do Comércio -
publicado 15/02/2011
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A arte feminina de empreender no virtual
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