quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ser empreendedor está no Gene?

Há um estudo publicado em Ohio, do professor Scott Shane, reunindo respostas a dúvida sobre mito ou  verdade da ideia de que existe o empreendedor nato, aquele indivíduo abençoado pela genética com a capacidade de identificar oportunidades onde a maioria vislumbra uma nuvem de dúvidas. Shane, que leciona na Universidade Case Western Reserve diz que não é pequena a influência da  genética em fatores importantes da vida profissional,  como a satisfação que se tira do trabalho e a frequencia que se muda de emprego. Ele diz que a tendência de se tornar empreendedor está no DNA. Não que exista um gene do empreendedorismo, mas sim um do comportamento, do dom, que reúne características influenciadas pela genética, como a vontade de trabalhar por conta própria e explorar oportunidades.
Mas um item dessa pesquisa me surpreendeu: segundo Shane, 30% dos portadores de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção) acabam tocando negócios próprios, ante um média de 5% do restante da população. Uma tese defendida por ele, é que  pessoas com DDA suportam melhor certas responsabilidades, como aceitar riscos. E vai além, associa também a Dislexia com esse desempenho, já que nos Estados Unidos 35% dos emprendedores são dislexos, ante a 15% da média da população.
Mas a tese afirma que na tendência de se tornar empreendedor nenhuma característica genética parece tão decisiva quanto a inteligência. Há mais dúvidas do que certezas sobre como exatamente a genética exerceria sua influência. Os genes afetam a tendência de alguém empreender porque aumentam sua capacidade de enxergar oportunidades ou porque afetam outros fatores? Muitos pesquisadores acreditam que seja porque a identificação de oportunidades depende de cognição, que é genética.  Os genes conduzem alguém a um desafio, sua superação produz experiência e confiança, que o estimula a assumir novos riscos.
Na verdade, a genética pode até esclarecer sobre o que leva alguém a abrir sua empresa, mas pouco tem a dizer sobre seu êxito. O crescimento de uma pequena ou média empresa depende de inúmeros fatores - entre eles a concorrência de outros empreendedores, abençoados ou não, pela conjunção genética.

Fonte:matéria de Fabrício Marques - Revista PME EXAME

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